sexta-feira, 1 de março de 2024

LIÇÃO DO ARROZ

 O BATEDOR DE ARROZ – UM CONTO BUDISTA

Houve uma vez um grande mosteiro no interior da China onde cerca de 500 monges viviam, todos eles praticavam o caminho da auto-realização sobre o comando do seu mestre.

Um dia um homem foi ao mosteiro, para se tornar discípulo, ele disse ao mestre “Senhor eu quero me conhecer quero conhecer a verdade”, o mestre Zen olhou para ele e disse se você quer conhecer a verdade, terá que colocar a sua vida inteiro em jogo.

Pode levar sua vida toda para conhecer a verdade e ainda assim não há garantia de que nessa vida você chegará a conhecê-lo tá pronto para isso.

O discípulo respondeu, Senhor eu vim aqui para não recuar eu estou pronto o mestre disse se é assim então faça o seguinte há 500 monges nesse mosteiro, aqui plantamos o nosso arroz.

Você conhece o trabalho de bater o arroz para tirar a palha? O homem respondeu que sim, pois então cuide da tarefa de bater o arroz para todos eles, apenas continue batendo arroz de manhã até à noite, quando estiver cansado vá dormir e quando acordar de manhã volte para sua tarefa novamente e não faça mais nada não pense em mais nada além disso.

Não vem a mim novamente eu irei até você quando necessário o jovem começou a cuidar do Arroz conforme as instruções do seu mestre aprendeu 500 discípulos no Mosteiro e todos eles precisavam de comida portanto discípulo acordava cedo de manhã começava a bater arroz até a noite não conversava com ninguém e ninguém se aproximava para falar com ele, por alguns meses enquanto batia o arroz todos os tipos de pensamentos vinham a sua mente, no entanto quando esses pensamentos não encontravam assuntos novos eles desapareciam por si mesmo.

Lentamente os seus pensamentos meditaram a diminuir, depois de alguns anos ele até esqueceu o seu próprio nome, ele sempre ficou em silêncio e continuou a bater a roça num estado sem pensamentos, ele não tinha tempo para meditar nem ler qualquer escritura, os discípulos mais os antigos do mosteiro eram considerados insignificantes e muito inferiores a eles.

12 anos se passou fazendo isso o dia após dia, depois de 12 anos um dia o mestre anunciou que seu tempo final estava se aproximando e ele simplesmente escolheria o seu sucessor que seria o líder do mosteiro após ele portanto, qualquer discípulo que tivesse alcançado alto deveria escrever algumas palavras perto da porta do mestre a noite, palavras que abrangessem toda a sua experiência, muitos discípulos pensaram em fazer isso mas não tinham coragem, um dos discípulos mais antigos tomaram coragem escreveu algumas palavras ele era muito conhecedor das escrituras budistas e todos os discípulos o consideraram como o possível e provaram o sucessor do mestre.

Ele escreveu a mente é como um espelho sobre o qual o pó dos pensamentos e desejos se acumula precisamos limpar esse pó da nossa mente pois quando o pó é removido o espelho da mente fica claro e a salvação é alcançada.

Quando o mestre acordou de manhã e viu essas palavras ele ficou muito decepcionado e disse com o semblante fechado quem escreveu isso. O discípulo mais antigo ficou em silêncio as palavras que ele escreveu continham sabedoria mas era um conhecimento superficial não o suficiente para se tornar o sucessor do seu mestre.

O mestre rejeitou completamente aquelas palavras, e todos ficaram muito surpresos com isso, esse incidente se tornou um tópico de discussão em todo mosteiro dois discípulos passaram por aquele discípulo que havia chegado 12 anos atrás e que costumava bater arroz todo dia e toda noite, passou comentando sobre o acontecido o homem riu suavemente, depois ambos os discípulos perguntaram porque ele estava rindo e ele respondeu eu tô rindo porque o mestre está certo.

Todas aquelas palavras não tem grande valor os discípulos ficaram chocados e perguntaram se ele poderia então escrever algo melhor, o discípulo do Arroz respondeu que não sabia escrever porque era analfabeto mas, que poderia dizer algumas palavras e pergunta se eles escreveriam para ele, eles concordaram então foram até o quarto do mestre.

O discípulo do Arroz disse algumas palavras e os outros discípulos as escreveram na parede perto da porta assinando como discípulo do arroz, eles esperavam a mesma ocorrência do mestre como antes mas, as palavras que ele disse eram inesperadas, elas diziam a mente é apenas uma ilusão não há mente nem espelho da mente e quando a mente não existe onde o pó pode se assentar aquele que sabe disso conheceu a verdade, quando o mestre leu a frase ele se declarou no meio da noite foi até o jovem discípulo do arroz que estava dormindo ele o meu acordou e disse pega isso, pega o meu bastão e pegue vestimenta a partir de hoje você é meu sucessor mas, saia desse mosteiro imediatamente.

Vá para longe daqui eu sei que há muitos estudiosos nesse mosteiro,que se consideram superiores a você, é perigoso para você ficar aqui .Algum deles não tolerariam o fato de que um simples discípulo do Arroz se tornou mestre encontrou a verdade enquanto eles não conseguiram , você tem tudo o que eu tenho e você conseguiu isso enquanto batia arroz e eu sei que onde quer que você vá as pessoas viram até você.

Porque quando uma flor desabrocha a sua fragrância começa a se espalhar por todos os lugares. O discípulo do Arroz agradeceu seu mestre e saiu de lá naquela noite.

Você vê se olharmos para nossa vida, veremos que muitas pessoas pensam que a busca pelo conhecimento e auto-realização, só pode ser feita sentada em um lugar calmo propício e com os materiais certos mas na realidade não é assim, a busca pelo autoconhecimento pode ser praticada no nosso dia a dia, durante as nossas afazeres seja cuidando da nossa casa ou enquanto se faz algum trabalho.

Isso também vale para meditação muitas vezes, esperamos um momento, um local propício para meditar, quando o verdadeiro significado da meditação é estar totalmente absorvido naquilo que você está fazendo, assim como o discípulo do arroz que ficou totalmente absorvido na sua tarefa de bater arroz, é buscar estar sempre no momento presente e deixar os pensamentos virem e também irem porque a mente existe, enquanto há pensamentos que ficam e quando nada mais ficar aqui pegando o pó aí então só o seu verdadeiro eu por permanecer. Quando ficamos totalmente presentes e absorvidos na tarefa que estamos fazendo essa tarefa se torna uma meditação seja essa tarefa o seu trabalho o seu Hobby ou suas afazeres diárias eu espero que essa história possa te ajudar ou ajudar alguém que você ama.


NÃO ENCONTREI O AUTOR ...MAS É ISSO  SEJA ZEN

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