segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Uma BRUXA, Lenormand?

Marie Anne Lenormand nasceu no dia 27 de maio( 1772–1843), e foi uma cartomante famosa na França napoleônica. Possuía forte ligação com a esposa do imperador Napoleão Bonaparte, e por assim, atendia-os.

Marie Anne Lenormand, perdeu a mãe bem cedo, vivendo com o pai e sua madrasta. Porém, seu pai morreu quando a mesma tinha 5 anos de idade, sendo criada pela madrasta e sua família. Por este motivo sua criação foi traumática, e Marie passou anos vivendo em internatos. Desde criança, já mostrou sua mediunidade, tendo sua primeira previsão sobre a superiora do convento em que vivia, e a partir daí, começou a conquistar a notoriedade até chegar a sua cliente mais próspera: Josephine de Beauharnais. Foi uma das mais célebres videntes em toda Europa, exatamente por ter previsto a ascensão e queda do Imperio de Napoleão, também ficou presa por doze dias na prisão quando conseguiu prever a separação do mesmo com sua esposa Josephine.

Adolescência

Aos 14 anos, convenceu sua madrasta e padrasto a ir morar em Paris, trabalhando numa livraria, onde obteve muito conhecimento, inclusive de quiromancia e ocultismo. Com o tempo, começou a obter seus clientes e muito se derivou de sua auto promoção, chegando a atender a elite aristocrática parisiense e as damas da nobreza.

Escritora

Madame Lenormand, como era conhecida, chegou a atender a elite francesa por muito tempo, como Robespierre, a esposa de Napoleão Bonaparte, Josephine, e Rose de Beauharnais.
Apesar de ter sido muito famosa e ter conquistado muitas riquezas, Marie Anne Lenormand nunca compartilhou as origens de seus conhecimentos psíquicos e de quiromancia e adivinhação, mas chegou a escrever cerca de doze até trinta livros sobre sua biografia, porém alguns são biografias não autorizadas e forjadas, e algumas das afirmações feitas pela própria não eram legítimas, visto que não se tinha certeza se não eram apenas rumores na época. O primeiro deles, La Sibylle de XIX e siècle, consiste no que pretende ser as profecias feitas pela própria Marie, escrito pouco antes de sua morte, com um comentário sobre elas e uma pequena biografia da autora (a biografia é anônima).

Logo após, em 1843, Francis Girauld publicou Mademoiselle Lenormand: sa biographie, ses prédictions extraordinaires, ao qual ele adicionou uma “introdução filosófica nas ciências ocultas”, apresentando a história da adivinhação, leitura de mãos, cartomancia com os Tarôs Egípcios e o Jogo de Picket “como explicado pelas profetisas do século XIX”. A capa alega que é a única biografia “oficial”.
A introdução e explicação da cartomancia com o Tarô são plagiados de Julia Orsini, Le Grand Etteilla ou l’art de tirer les cartes, publicados em Lille em 1838, enquanto a biografia é amplamente derivada de “La Sibylle du XIXe siècle” para os primeiros anos e dos escritos de Madame Lenormand. Há uma controvérsia sobre a data de nascimento de Marie Anne, e pesquisas recentes nos livros de sua cidade natal, Alençon, geograficamente localizado na Normandia, comprovaram que ela nasceu no dia 27 de maio de 1772(ela alegava ter nascido dia 16 de setembro) , filha de um casal de comerciantes de tecido.

A vida sobre nossa estimada vidente está sempre relatada entre biografias que variam entre corroboradas à rejeição. Isso se deriva do fato de que a própria espalhava boatos sobre feitos, e também, porque muitos dos seus livros escritos foram desmentidos após sua morte por diversos autores, assim como Dr. Gaal e Du Bois. Sua fama inestimável em toda Europa fez com que se tornasse uma figura muito visada de histórias e lendas urbanas. Louis du Bois demonstrou que isso seria logicamente impossível para muitos deles, já em 1843. Cellier du Flamel duvidou de qualquer celebridade. Para ele, Marie-Anne Lenormand viveu humildemente até 1800.

Sua relação com Joséphine de Beauharnais é controversa, pois há desmitificações quanto a esta relação tão próxima, como consta em um de seus livros: Mémoires Historiques et secrets de l’imperatrice Joséphine, Marie-Rose Tascher de La Pagerie.

Alfred Marquiset alega que foi improvável que ambas pudessem ter tido uma relação tão próxima, Alfred Marquiset cita um cartão-postal de 28 de novembro de 1804 na qual Madame Lenormand dirige-se à Imperatriz como uma “sybille [sic para sybille] française”, implorando à Sua Majestade Imperial para em sua bondade conceder-lhe um grande favor: o “livro do destino” disse-lhe “que receberia um pequeno trabalho de sua digníssima pessoa”. Alfred Marquiset também se refere à Duquesa d’Abramtès e à Mademoiselle Avrillon, ambas dando evidência de que Josephine teria consultado Madame Lenormand, diretamente ou através de um mensageiro. Todavia, historiadores provaram que as duas últimas foram forjadas como muitas outras memórias no período Napoleônico.
Chegou a ser detida no dia 15 de dezembro, conforme consta em documentos policiais, devido ao acerto em uma previsão do divórcio entre Napoleão Bonaparte e Joséphine, em 1809.

Apesar de tanta polêmica a respeito de Madame Lenormand, o certo é que ela foi uma das mais influentes videntes da Europa, e após sua morte podemos dizer que se encerra um ciclo de ocultistas antigos.

O Tarot de Lenormand e Marie Anne Lenormand: conexão.

O Tarot de Lenormand, apesar de ter o seu nome, não foi criado pela mesma. Até então, um dos baralhos mais comerciais, o baralho de 36 cartas se intitulava com o nome da mesma numa estratégia de “marketing” da época, pois o nome da cartomante mais famosa da época ajudou e muito para que o seu criador, o empresário alemão Johann Kaspar Hechtel (1771–1799), ganhasse muito dinheiro com a comercialização do baralho, virando um dos oráculos mais comuns até os dias de hoje.

Em: https://medium.com/elo-espaco-livre-do-oculto/marie-anne-lenormand-trajet%C3%B3ria-de-uma-das-mais-famosas-bruxas-5dac62127890

Buscamos explicações para justificar nossos medos e o que não entendemos, enquanto outros buscam o racional para desmistificar... uma pessoa que em sua época com sua sensibilidade levou muita paz as pessoas, mas viveu em uma época de perseguição... então fica a reflexão onde uma pessoa que viveu sua vida de forma franca, teve sua história distorcida, por que não só apreciar?

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