sexta-feira, 6 de março de 2020

Rahu e Ketu nossas sombras

Rahu e Ketu são nomes dados aos Nodos Lunares, sendo que Rahu (cabeça de dragão) e Ketu (cauda de dragão) na verdade referem-se a pontos matemáticos que fazem parte do eixo karmico de nossas vidas – uma espécie de ligação invisível entre vidas passadas e nossos dilemas psicológicos desta vida atual.

Na Astrologia Védica Rahu e Ketu tem status de planetas e são amplamente utilizados na leitura dos mapas e também na leitura e avaliação de seus períodos planetários.

Rahu e Ketu são também os responsáveis pelos eclipses – o eclipse Solar ocorre durante a Lua Nova, quando o Sol esta em exato alinhamento com a Terra e a Lua está mais ou menos 18° distante dos Nodos; o eclipse Lunar acontece quando a Terra está em exato alinhamento entre a Lua Cheia e o Sol, e a Lua está mais ou menos 11° distante da posição nodal.

Alguns acreditam que Rahu e Ketu, por não possuírem corpos físicos, agem mais fortemente no nosso subconsciente, causando medos infundados, comportamentos estranhos, etc.

Rahu e Ketu são conhecidos como chayagrahas (planetas sombrios), pois representam polaridades com a missão de trazer para fora o potencial oculto e sabedoria acumulada em vidas anteriores. Rahu é considerado um planeta material e, dependendo de sua posição no Mapa Astral, pode trazer muito dinheiro (mais do que Vênus). Ketu é considerado um planeta espiritual e tende sempre a nos conduzir para uma busca interior em seus períodos.

Rahu é o regente do Yuga atual, ou seja, Kali Yuga. Em virtude disso, podemos ver a imensa materialidade do período em que vivemos.

Em: https://www.mapaastralvedico.com/rahu-e-ketu/

Jyotisha é o nome hindu que eqüivale para astrologia, à ciência da astronomia. Literalmente significa "ciência das luzes", e sua estrutura possui nuanças antigas e tradicionais que permaneceram imutáveis através dos milênios, chegando aos nossos dias praticamente intacta em sua base astrológica setenária, com seus elementos simbólicos de cunho védico e uma forte influência tântrica.

O "Eixo do Dragão", ou ainda Rahu e Ketu, são dois elementos importantes no estudo do Jyotisha, embora um tanto posteriores na tradição. Estes são os chamados Nodos Lunares, pontos na eclíptica onde o caminho do Sol se encontra com o caminho da Lua; são os elementos que acarretam os fenômenos de eclipse solar ou lunar no decorrer do ano. Sua função astrológica está na relação de aprendizagem e superação dos acontecimentos da vida, dentro da perspectiva do assim chamado samsara karma (karma de renascimento).

Nas mais antigas escrituras sobre astrologia, não encontramos nomes de Rahu e da sua contra parte, Ketu; ao invés, apenas sete planetas são mencionados: o Sol, a Lua, Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno. O nome Rahu aparece pela primeira vez no Mahabharata, quando lemos a história da agitação do "Oceano de Leite" na busca da ambrosia - o elixir da imortalidade -, conhecido em sânscrito como amrtam.

A Lenda

Conta a lenda que Rahu era filho de Danava Vipracitti com sua esposa Simhika, e irmão de Maya Danava, grande mago e arquiteto. Tanto os deuses como os anti-deuses (os danavas) eram filhos do sábio Kashyapa, com diferentes esposas. Os deuses eram ricos em poderes espirituais, e os anti-deuses eram ricos em riqueza material e força física, estando mais envolvidos com a gratificação dos sentidos. Algumas vezes os danavas praticavam grande austeridade e recebiam poderosos favores do Senhor Brahma ou Shiva - e depois guerreavam com seus meio-irmãos, os deuses e sub-deuses, e os expulsavam de sua moradia, o Vaikuntha. Os deuses se achavam fracos e queriam conseguir o amrtam para se tornarem imortais. Mas o amrtam se encontrava nas profundezas do "Oceano de Leite" e não podia ser obtido sem que se agitasse o oceano. Desta forma, os deuses precisaram da ajuda dos danavas. Como os danavas também estavam interessados em se tornar imortais, concordaram em participar da aventura, sob a condição de que também obteriam uma parte do elixir da imortalidade. O oceano foi agitado e eles conseguiram se apossar do amrtam.

Então Rahu percebeu que Vishnu estava enganando os danavas dando-lhes varuni (licor) ao invés de amrtam - -e oferecendo o néctar apenas aos deuses. Como os danavas estavam enfeitiçados pela linda donzela Mohini, bebiam o licor sem perceber o truque. Rahu resolveu então enganar os deuses: disfarçou-se de deus e bebeu o amrtam. Surya (o Sol) e Chandra (a Lua) descobriram Rahu disfarçado quando o néctar só tinha atingido sua garganta e avisaram imediatamente aos deuses e a Vishnu. Este cortou instantaneamente a cabeça de Rahu com seu disco (chakra) e atirou-a ao céu. A cabeça começou a clamar por justiça e socorro, e o tronco caiu sobre nosso planeta, rolando e estremecendo a terra, balançando as montanhas, derrubando árvores e sacudindo as ilhas, fazendo com que colidissem umas com as outras. O tronco sem cabeça (Ketu) também obteve sua cota de amrtam e tomou-se imortal. No fim, as duas partes do danava Rahu, que tinham alcançado a imortalidade, foram colocadas numa órbita em oposição uma à outra, de modo que nunca pudessem se unir. Como o Sol e a Lua foram os dois astros que descobriram e delataram Rahu disfarçado, este e sua contraparte, conhecida como Ketu, tornaram-se inimigos dos luminares.

Esta inimizade continua, e sempre que o Sol ou a Lua se aproximam de Rahu ou Ketu, estes tentam engolir os primeiros. Como Rahu só possui a cabeça, eles fogem pelo seu pescoço, e como Ketu não tem cabeça eles também escapam pelo pescoço. Em virtude de terem tomado o néctar, são todos imortais, e assim a luta se mantém eternamente. Sempre que Rahu ou Ketu têm uma chance de atacar o Sol e a Lua, eles o fazem, ocasionando um eclipse solar ou lunar (Bhagvat Purana 10.8.9).

Em: http://www.universus.com.br/art9.htm

É lindo como cada cultura tem uma forma de contar os acontecimentos universais....

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