sexta-feira, 17 de abril de 2020

Gripe espanhola, H1N1, TUBERCULOSE e COVID

Gripe espanhola

No dia 4 de março de 1918, um soldado da base militar de Fort Riley, nos Estados Unidos, ficou de cama, com sintomas de uma forte gripe. Esse acampamento no Kansas treinava cidadãos americanos para a Primeira Guerra Mundial. Naquela semana de março, mais de 200 soldados adoeceram também. Em apenas 14 dias, mais de mil militares foram parar em hospitais — e o mal se alastrou por outros acampamentos. No pico da epidemia, mais de 1 500 militares reportaram a enfermidade em um único dia. A doença se espalhou rapidamente pelos EUA e pegou carona com os soldados americanos que embarcaram para a Europa. E de lá ganhou o mundo.

A chamada gripe espanhola — que nada tem de espanhola — matou de 50 a 100 milhões de pessoas em 1918 e 1919. Esse número representa mais mortes do que o montante provocado pelas duas grandes guerras juntas. Mais do que a aids causou em 40 anos. Foi e ainda é a maior pandemia de que se tem notícia. E o Brasil não passou ileso por ela. Por aqui foram cerca de 35 mil óbitos, entre eles o do presidente da época, Rodrigues Alves (1848-1919).

E de onde veio o “espanhola” se a tal gripe provavelmente se originou em solo americano? A Espanha era um dos poucos países neutros durante a Primeira Guerra — um dos poucos a ter imprensa livre para noticiar a praga. Nos próprios EUA, o então presidente Woodrow Wilson (1856-1924) emitiu ordens para censurar qualquer notícia que pudesse abalar a população e os soldados. A situação foi a mesma em outras nações em guerra. Ocorre que o esforço para manter a epidemia em segredo contribuiu para sua rápida disseminação. Ora, como propagar e tomar medidas preventivas se ninguém sabe o que está acontecendo?

O vírus por trás da pandemia é um velho conhecido nosso: o influenza H1N1. Antes de você me questionar se ele aprontou de novo ou vai voltar a aprontar, permita-me descrever um pouquinho o vírus e essa sigla embutida no nome dele. As letras e os números do H1N1 se referem a proteínas na superfície viral, as hemaglutininas e as neuroaminidases.

Ao mesmo tempo que permitem ao vírus se conectar às células humanas, elas são reconhecidas pelo nosso sistema imune. Mas o influenza tem uma característica única em recombinar essas proteínas com as dos colegas virais. Assim, se dois vírus da gripe diferentes infectam a mesma célula, lá dentro eles podem dar origem a um vírus novo. Da mistura de um H5N1 com um H3N2, por exemplo, pode nascer um H5N2. Essa peculiaridade, aliada às mutações regulares que umvírus sofre, explica por que nossas defesas enfrentam dificuldade para reconhecer um agente infeccioso novo.

Hoje se sabe que esses vírus que têm aves como reservatórios não infectam o homem. Só que eles infectam porcos. E o vírus da gripe humana também.

Isso significa que vírus de aves e de humanos podem se encontrar e recombinar nas células do porco, gerando uma prole viral capaz de ser transmitida para (e entre) os homens. Também pode acontecer o seguinte: um vírus típico de ave consegue infectar diretamente um humano e, uma vez dentro dele, sofre mutações que o tornam contagioso e agressivo para nossa espécie.

Na gripe espanhola, há indícios de que o vírus, cujo reservatório eram aves migratórias, teria infectado uma criação de porcos no Kansas — de onde foi parar no soldado de Fort Riley. Mas o H1N1 de 1918 era muito peculiar. Não causava os sintomas de uma gripe comum. As pessoas sangravam pelo nariz, pelos ouvidos, pelos olhos… Ficavam azuis com a falta de oxigênio, segundo relatos da época. Caíam de cama pela manhã e à tarde estavam mortas. Geralmente, os vírus da gripe se apoderam das células do nariz e da garganta. O H1N1 do início do século 20 mantinha esse traço, mas parecia infectar expressivamente as células dos pulmões.

A história vai se repetir?
Um episódio tão assustador nos faz pensar na possibilidade de uma nova pandemia dessa dimensão. Antes de qualquer conjectura, convém botar as coisas no contexto. Em 1918 não havia antibióticos para tratar as infecções secundárias à gripe (como pneumonias), o que elevou a escala da letalidade.

O mundo estava em guerra. E guerra de trincheiras, onde soldados doentes se aglomeravam em locais inóspitos — ambiente mais que propício ao contágio. Além disso, os recrutas que escapavam das balas carregavam o vírus pelos campos de batalha e aos seus países de origem. Os hospitais de campanha, por sua vez, alojavam uma multidão de infectados, que disseminavam a doença. Por fim, nações devastadas pelos conflitos sofriam com a escassez de suprimentos, deixando a população debilitada. Tudo estava a favor do H1N1.

E, de repente, em 1919, da mesma maneira abrupta com que o vírus chegou, ele sumiu… Provavelmente porque grande parte das pessoas que sobreviveram já havia criado anticorpos. Especula-se também que uma nova mutação tenha tornado o agente infeccioso mais ameno e incapaz de semear a discórdia nos pulmões. Não há um veredicto preciso.

Cem anos depois, temos mais condições de conter uma epidemia. Contamos com antibióticos. Dispomos de uma rede de vigilância mundial que rastreia vírus e emite alertas para prevenir surtos. Fazemos campanhas para conscientizar a população. E, muito importante, podemos tomar vacinas, renovadas anualmente, para nos defender das novas cepas de influenza que emergem e se espalham por aí.

Por outro lado, vivemos em um mundo bem mais globalizado e conectado. Sabemos que o vírus, capaz de pular de uma espécie para outra, se origina em aves e pode passar por um estágio nos porcos — e ainda existem criações de animais em confinamento e situação precária, o que facilita a recombinação viral e o contágio.

Sem contar que há países que ainda sofrem com a falta de acesso a vacinas e remédios. Estamos protegidos de uma nova pandemia? Creio que dificilmente vamos encarar uma gripe tão agressiva e mortal como a de 1918. Mas o influenza não pode ser subestimado.

* Dra. Natalia Pasternak Taschner é bióloga, pesquisadora do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo, coordenadora científica do Planetário de São Paulo, responsável pelos projetos Cientistas Explicam e Pint of Science no Brasil e uma das idealizadoras e colaboradoras do blog Café na Bancada

Em https://saude.abril.com.br/blog/cientistas-explicam/gripe-espanhola-100-anos-da-mae-das-pandemias

Calcula-se entre 30 mil a 35 mil o número de mortos no País. em uma população de 17.438.434 habitantes segundo o recenseamento de 1900, o que somavam aproximadamente 0,2% da população da época

Em: https://www.opovo.com.br/noticias/mundo/2018/03/ha-100-anos-gripe-espanhola-matou-o-presidente-e-afetou-o-ceara.html

H1N1 no Brasil
Em 2018
Até a segunda semana de julho de 2018, o país registrou 839 mortes por gripe, um aumento de 194% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando o número de óbitos foi de 285. Os dados foram divulgados recentemente pela Secretaria de Vigilância do Ministério da Saúde.

A taxa de infecções também foi bem elevada: foram registrados 4 680 casos em 2018 ante 1 782 em 2017. A cepa do vírus que mais causou estragos durante a temporada foi o H1N1, responsável por 567 mortes. Logo atrás, aparecem o influenza do tipo B (46 mortes) e o influenza A não subtipado (86 mortes).

Em: https://saude.abril.com.br/medicina/mortes-por-gripe-quase-triplicaram-no-brasil-em-2018

Em 2019

Ministério da Saúde não atingiu a meta de vacinar 90% do grupo prioritário entre 10 de abril e 31 de maio

O vírus da gripe já matou 222 pessoas neste ano em todo o Brasil segundo o balanço mais recente do Ministério da Saúde, com dados até 25 de maio. A maior parte das mortes por influenza foi causada pelo subtipo A (H1N1): 148, 66,6% do total de óbitos.

Em: https://www.anahp.com.br/noticias/noticias-do-mercado/h1n1-causou-a-maioria-das-222-mortes-por-gripe-em-2019-no-brasil

Tuberculose

O Brasil ainda registra 200 novos casos de tuberculose por dia, segundo dados do Ministério da Saúde. No Dia Mundial de Combate à Tuberculose, a pasta realiza uma ação para alertar sobre importância de completar o tratamento da doença, evitando a transmissão para outras pessoas e o aumento dos casos de morte.

A tuberculose é uma doença grave e está entre as 10 causas de morte no mundo: são 10 milhões de casos por ano e mais de 1 milhão de óbitos.

No Brasil, em 2019, foram registrados 73.864 mil casos novos da doença. A taxa de mortalidade caiu cerca de 8% na última década. Foram 4.881 mortes em 2008, contra 4.490 em 2018.

Em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2020-03/brasil-registra-200-casos-de-tuberculose-por-dia

COVID
A doença provocada pelo novo Coronavírus é oficialmente conhecida como COVID-19,

sigla em inglês para “coronavirus disease 2019” (doença por coronavírus 2019, em tradução livre).

Vírus que causa doença respiratória pelo agente coronavírus,

com casos inicialmente registrados na China e hoje espalhados por todo o mundo.

Quadro pode variar de leve a moderado, semelhante a uma gripe.

Alguns casos podem ser mais graves, por exemplo, em pessoas que já possuem outras doenças.

Nessas situações, pode ocorrer síndrome respiratória aguda grave e complicações. Em casos extremos, pode levar a óbito.

Em: https://coronavirus.es.gov.br/


População atual 190 755 799 no brasil segundo IBGE 2010 e até hoje tivemos 2.141 casos de morte, sendo que não estando fazendo a devida autópsia, entao esse numero é menor, o que equivale, levando em conta q isso fosse verdade.... a 0,0011%.... esse terror é só p prejudicar o governo... e estou aqui esperançosa de q tudo se prove e a verdade venha a tona

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